A nossa história


Um pouco da história dos biquínis e calções de banho da Blue Man:

"Sei fazer duas coisas na vida: administrar e organizar. Não sou estilista, nem gostaria de o ser. Preocupo-me muito mais em manter a ideologia da minha empresa: ser brasileiro e manter a vibração de Ipanema.” David Azulay nem tem físico de estilista, no entanto, é um dos principais responsáveis pela forte tradição brasileira da praia no mundo da moda.

O princípio de tudo

A história que começou nos anos 70 na mística praia de Ipanema levou David e o seu irmão Simão às ruas de Paris, Milão e Nova York. Uma aventura de sucesso, nascida de uma competição entre irmãos. David desembarcou no Rio de Janeiro em 1967, para "fugir da vida parada de Belém". Ele tinha 12 anos e vinha acompanhado pela sua mãe costureira e pelo seu irmão mais velho, Simão Azulay. O Simão transbordava aquele carisma tão necessário no universo da moda. “O Simão sempre teve uma ligação forte com a moda”, disse David. “Eu por outro lado, eu não tinha vocação nenhuma, era como se estivesse encostado ao meu irmão. Não queria estudar e pensei: 'Se o Simão for médico eu terei um hospital, se ele for arquiteto eu vou ser o construtor...' Foi mais ou menos assim. Eu sabia que ele não aguentava o sucesso sozinho, não lidava bem com o dinheiro e nem com o poder. Eu sabia que ia ter de o fazer embora eu fosse mais jovem, eu era o mais realista e tinha que administrar a situação para que o nosso árduo trabalho trouxesse um sucesso duradouro."

Com o tempo, Simão tornou-se um “carioca” – uma pessoa do Rio de Janeiro. Coneçou por vender botões dos Beatles à porta do clube noturno Help e rapidamente tornou-se um verdadeiro criador de moda. As suas primeiras peças, blusas cacharel bordadas, foram um sucesso imediato no ambiente cultural avançado do Rio de Janeiro nos anos 70.

Biquínis de ganga

David assistia de perto a isto tudo, enquanto Simão costurava e bordava em casa. Ele viu a entrada e a saída de fornecedores e costureiras. Um dia, eu estava a passear em casa, enrolado numa toalha, em sandálias, quando veio um rabino à procura do Simão. Ele era costureiro e trazia uma encomenda: dois biquínis de ganga. Vi aqueles biquínis Blue Man e eu enlouqueci: "Nossa! Que coisa maravilhosa". Não foi surpreendente que um conjunto de biquíni tão inovador atraísse muito interesse no início dos anos 1970. Havia um desejo por moda e design no ar e pela primeira vez os jovens começaram a ditar o estilo. O mercado, porém, não estava preparado para tal mudança. Ir à praia, mesmo para os hippies, implicava vestir os antiquados fatos de banho da marca Catalina ou experimentar modelos improvisados, biquínis ou cuecas de biquíni de crochet e sutiãs de lingerie adaptados em casa. Um biquíni feito de ganga, o tecido "jovem", era exatamente o que aquele momento exigia.

"Voltei para casa com as encomendas na mão", lembrou David." O Simão não sabia de nada. Quando o encontrei disse que tinha visto os biquínis. Eu perguntei-lhe a quanto é que ele pretendia vendê-los. E ele disse: 'uns 35 cruzeiros, eu acho'. Eu disse: estás a falar a sério? Já vendi por 45! Achei que ele ficaria feliz, mas, pelo contrário, ele ficou zangado. Ele disse-me: "Não aguento mais! Eu quero sair desta casa, levas-me tudo!" Não tinha má intenção, estava só a tentar ajudar". Esta briga de família poderia ter arruinado o nascimento da tradição brasileira da moda praia. Mas não foi isso o que aconteceu. Passada a raiva, o Simão encomendou os biquínis e pediu-me para os entregar nas lojas onde tinham esgotado. Mas quando os fui entregar, fiquei surpreso. Os biquínis que tinha vendido tão bem eram lindos de se ver, mas impossíveis de usar! Não passavam dos tornozelos das mulheres, ficavam nos joelhos... Nem eu, nem o Simão, nem os donos das lojas que compravam, ninguém percebia que a ganga sem prévia lavagem, dura como tudo, não tinha a elasticidade necessária. As lojas devolveram tudo. O Simão olhou para mim e disse: "Viste? Estragaste tudo. Não quero ouvir falar mais deste biquíni!" Pegou nas peças devolvidas e colocou-as debaixo da cama. O assunto estava encerrado. Esses 600 biquínis morreram ali! "

O Simão decidiu agir por conta própria e criou a marca San Sebastian. Ele começou a personalizar as calças e casacos de ganga, o que o tornou logo famoso. David, que tinha uma péssima reputação nas lojas, decidiu seguir o seu caminho. “Tinha ficado emocionado com aquela liquidação, muito mais do que o Simão. O universo da moda dele era muito maior, para ele a moda praia era só 'mais uma coisa'. Sonhava em inventar as calças Levi's e viver disso para o resto da minha vida. Com o sucesso daquela venda, passei a pensar que tinha a Levi´s de praia nas mãos. Não fiquei satisfeito com o fracasso. Resolvi continuar a investir no produto, recuperar a ideia mesmo assim, e garantir com ela a minha auto suficiência. Senão, ficaria sempre dependente do Simão, e ele estaria sempre à minha frente”.

Biquíni de atilhos

O David, que era muito mais de praia do que se estilismo, sem experiência em moda, dedicou os seus dias a reformar o seu biquíni de ganga. Ele passava as tardes a fazer testes com os seus amigos e o resultado era sempre o mesmo, ou era muito apertado ou muito largo. Um dia, lamentando-se a Antônio Nazar, apelidado de Binha, amigo que era um estilista genial, David mostrou-lhe o biquíni e, na maior simplicidade, disse: "Então rapaz? Este escândalo todo à toa? É só cortar as laterais e fazer uns atilhos para que o biquíni caiba em qualquer corpo”. David gritou: Binha, filho da mãe! Que maravilha! Salvaste-me a vida!" Saí de lá a voar para comprar mais ganga e fazer mais biquínis."

“Quando descobri que com 100 metros de tecido poderia fazer quase 800 biquínis, pensei nisto como a solução para a minha independência”, disse David. Mas, para conseguir o tecido, o novo estilista teve que pedir mais uma vez ao irmão, que tinha todos os endereços e contatos necessários. David conseguiu o dinheiro para os 100 metros e, para reduzir o custo, tentou comprá-los juntamente com a encomenda do Simão, que era de mais de 2.000 metros. Eles concordaram em ir juntos à fábrica. David vestiu uns calções e uns chinelos Havaianas. Quando o Simão me viu, disse-me: "Meu irmão, tu não vais sair assim comigo. Pega nuns sapatos bonitos e uma roupa decente". Sempre foi assim, disse David, já estávamos stressados. Com a raiva, acabei por não ir. Mas fiquei atento para descobrir de onde é que o Simão trazia o seu carregamento de ganga, para saber de onde vinha. Vi que era da fábrica da Santa Rosa, em Valena, e fui lá com o carro do Simão, que "roubei" enquanto ele dormia. Quando lá cheguei, um técnico da fábrica viu o desenho do biquíni e disse: "Para fazer isso, pode usar ganga de segunda qualidade." Eu queria ver qual era a ganga de segunda qualidade. Era muito melhor, havia algumas falhas de agulha que davam uma aparência muito mais interessante. "Onde está a de terceira qualidade?" Era ainda melhor. Resultado: Fui com o dinheiro comprar 100 metros e saí de lá com 1000 metros. Todos estes tecidos de ganga iam pôr a minha casa de pernas para o ar, mas agora eu tinha um património incrível, podia fazer mais de 8000 peças com isto - acho que não conseguiria gastar o tecido todo, não poderia produzir tanto."

O verão começou mais cedo em Ipanema, como sempre. E naquele ano o que se viu novamente foi o biquíni de ganga do David. Com o sucesso local, o ambicioso “novo designer” anteviu as imensas possibilidades do seu produto. Para diversificar o mercado, ele apanhou o autocarro para São Paulo. “Levei cerca de 800 biquínis de ganga. Andei para cima e para baixo na Rua Augusta, onde havia as melhores lojas, Elle Et Lui, Drogaria, Buraco da Ferradura, Cleptomania, Parafernália... Nem tive tempo de fazer o circuito todo por causa de uma forte tempestade. Molhei-me, as sandálias ficaram sujas de lama e sujaram as calças. Eu estava todo sujo quando cheguei à Paraphernalia, que era a loja mais "in", então fiquei com medo de entrar. Lá dentro estava muita gente bonita, todas aquelas meninas paulistas, aquelas loiras de calça Sant-Tropez, muito chiques mesmo. Se eu entrasse, gritavam: "Pega ladrão!" E eu não queria fazer uma má entrada, certo? Fiquei lá fora com o biquíni de ganga na mão, a acenar para a dona da loja, Guaracy. Quando ela viu o biquíni Blue Man, ela puxou-o e vestiu para experimentar. As pessoas reuniram-se para ver, as meninas “paulistas” diziam: “Que lindo! Quanto?". Vendi 60 só lá na Paraphernalia. É uma memória muito boa".

Os biquínis de ganga fizeram um grande sucesso entre os hippies chiques de Augusta e os verdadeiros hippies de Ipanema. O verão de 1971/1972 foi dominado por David Azulay. De repente, deixou de ser irmão do Simão. Mais do que isso, virou marca: “Agora eu precisava de inventar um nome. Naquela época havia uma LSD da melhor qualidade que se chamava Blue Anything. Eu também estava a caminho. Fascinado por uma marca de São Paulo, chamou-lhe New Man. Depois, juntou tudo. A marca de São Paulo que terminava com "Man", Levi's histeria que era azul, LSD blue, meu nome, Azulay. Eu criei a marca chamada "Blue Man", pensando que iria fazer biquíni de ganga da Blue Man a vida inteira. Este foi o começo da moda praia brasileira, não tinha dúvidas ”.

Os anos 70 começaram com as praias cheias de gente com fatos de banho da Blue Man. O auge da fama foi quando a musa da Epoque, Rose Di Primo, se deixou fotografar na praia de Ipanema com um biquíni de ganga da Blue Man. Além da silhueta impecável e do bronzeado impecável, Rose ficou conhecida pelos biquínis que ele criou para ela, como o famoso top sem alças feito de tecido drapeado. Muitos atribuem isso, por exemplo, à invenção do biquíni de fio dental. A modelo da época representava o padrão ideal da beleza brasileira, por isso ela já seguia uma carreira internacional com fotografias suas publicadas nas revistas Stern, Quick e L´Europeo. Daí a importância do seu contributo.

“Ganhei muito dinheiro naquele verão”, lembra David. "Comprei 6 máquinas de costura com esse dinheiro, aluguei um espaço, montei a mesa de corte e abri espaço para a pronta entrega. Mas depois acabou o verão e senti que um inverno longo e sombrio estava a chegar. Já tinha percebido que não conseguia parar e fazer só biquínis de ganga. Também descobri que podia usar a minha criatividade e comecei a pensar em ideias para uma nova coleção. Resolvi investir na meia-calça, que já estava na moda. Naquele momento o Binha, que estava perdido e enlouqueceu nalgum lugar da Bahia, voltou ao Rio de Janeiro. Pintou um painel numa das paredes do quarto que lhe aluguei. Enquanto ele pintava, eu preparava a minha coleção de inverno. De vez em quando, ele dizia: “Tenho algumas ideias que vais adorar” E eu pensei, “Nem tentes, pinta a tua coisa lá e sai!” Mas uma vez eu saí para fazer qualquer coisa e quando voltei ele mostrou-me o que tinha feito na minha ausência: ele transformou uma das minhas meias numa blusa, decorada com algumas aplicações de cetim de nuvens e estrelas com a expressão "WOW". Ele disse-me: “Meu irmão, esta é a moda, este é o grito! E eu posso fazer um após o outro”.

Naquele momento, o Simão, que vinha despedir-se de mim antes da viagem à Europa, viu a blusa da Binha e disse: “Isso é a coisa mais linda do mundo! Por amor de Deus, quero viajar para a Europa com esta blusa!". Só então admiti que era uma boa ideia e pedi ao Binha que trocasse toda a minha coleção.

As meninas que usaram o biquíni de ganga no verão, vestiram todas as blusas de inverno com padrões pop: nuvens, estrelas, fogueiras, cachorros-quentes, Flash Gordon. O "Blue Man" passou também a ser conhecido fora das praias. Na revista Manchete, a jornalista Gilda Chataiginter apelidou este movimento da moda de “Astral”. Nos verões seguintes, outros modelos de David dominaram as praias. O principal, seguindo a onda pop, colocou a bandeira dos Estados Unidos na parte da frente da parte de baixo do biquíni. “Com este biquíni, a Blue Man tornou-se internacional. Acho que foi o auge da nossa moda praia, o momento em que o mundo olhou para o Brasil. Apareceu na capa do jornal inglês The Sun, a ilustrar uma reportagem que dizia que, a seguir a Carmen Miranda, ao café e ao Pelé, o Brasil inventou um novo produto de sucesso: o “fio dental”. Logo em seguida, ligaram-me a avisar que a redação do jornal estava a receber pedidos de pessoas que queriam saber onde encontrar o tal fio dental. Fui imediatamente para Londres."

Carreira internacional da Blueman

De repente, a Blue Man iniciou a sua carreira internacional. Em muito pouco tempo, os biquínis e fatos de banho da marca puderam ser encontrados em Paris, Londres e Milão. O "fio dental" começou a aparecer nas páginas das revistas e o estilo brasileiro passou a ser copiado a nível mundial. Todo este pico da moda praia aconteceu em menos de cinco anos. Já era hora de o Brasil ser conhecido como "o" país especialista no assunto. Naquela época, David viu a sua pequena empresa transformar-se numa indústria de oportunidades inesperadas.

Nesta altura, a Blue Man continuou a lançar os biquínis atilhos laterais com padrões tropicais, biquínis de atilhos com patchwork, biquínis com fechos e até os famosos biquínis roll-up - uma espécie de calção com cintura dobrada ao gosto da cliente. “Se fosse uma senhora discreta, dobrava um pouco, senão dobrava mesmo tudo”, diz David. Enquanto isso, o Brasil assistia ao nascimento de um mercado próprio da moda praia, com o surgimento de uma infinidade de novas marcas dedicadas aos biquínis, além da modernização das já existentes..

Apesar deste sucesso local todo, David continuou a olhar para fora. “Os anos foram passando e percebi que estava muito mais animado ao ver o nome da Blue Man a ser publicado numa revista italiana do que numa nacional. Estava a ficar totalmente focado no mercado europeu”.

Yes Brazil

Enquanto isso, o Simão aproveitava o título de Rei da Ganga, que conquistou dos cariocas. A sua marca San Sebastian era muito popular no Rio, mas não tinha alcance a nível nacional. David lembra-se de tempos em que era ele quem dava os cartões na família: “Quando queria provocar o Simão, dizia: mano, tu és um copiador safado! Enquanto tu és respeitado aqui, sou respeitado lá fora pelos mesmos fulanos pelos quais copiaste. ” Eu falava assim para o acordar. Tive a coragem de dizer isto, realmente tinha um conceito muito bom por aí, a minha marca estava nas revistas de moda do mundo inteiro." Quando chegou a década de 1980, apesar de toda a popularidade local, a San Sebastian fechou, envolta em dívidas. David procurou o irmão mais uma vez e dessa união nasceu outro nome fundamental para a moda brasileira: a Yes Brazil. “Quando o Simão precisou de mim, eu estava lá. Eu tinha crédito, tinha dinheiro e a minha vida estava resolvida. E ele era um megalómano que só pensava em ternos caros. Então, eu convenci-o a abrir uma loja comigo. Na Yes Brazil, iríamos vender a sua nova marca Chez Simon e Blue Man. Abrimos a loja e foi o maior sucesso do mundo. Tornou-se a loucura do momento. Vestíamos apenas pessoas jovens, modernas e descontraídas. Com o tempo, ele começou a empurrar-me para fora do jogo. Entrei na Yes Brazil e todos os biquínis estavam esquecidos na gaveta. Ele disse: "Esta coisa dos biquínis não fica bem aqui!" Naquela época do pico do Yes Brazil, as pessoas diziam-me: "Epá, o teu irmão é demais, não é? O maior sucesso! E a Blue Man, ainda tens a loja no número 33?" Isto irritou-me e comecei a perder o meu desejo pela marca. Acabei por sair da Yes Brazil e abri a loja Blue Man no Fórum de Ipanema, que era um endereço da moda em 1983.” Mas nem tudo estava mal entre os irmãos Azulay. Foi o Simão quem mudou o rumo da Blue Man quando a marca correu o risco de sair dos trilhos em meados dos anos 1980. “estava a exportar muito e acho que fui contaminado pelos grandes distribuidores internacionais”, disse David.

Exportação de fatos de banho da Blue Man 

"Acho que por causa disto forcei os padrões tropicais - como papagaios e tucanos - e mudei o formato dos modelos. Sempre que criava uma nova coleção, precisava de adaptar os modelos ao mercado internacional: na Itália, eu tinha que ter um rabo menor e um peito maior, na Alemanha tinha que ser de uma maneira, na França de outra. Cada país tinha a sua modelagem e por isso mantinha aquele ciclo vicioso, não havia tempo para ideias mais criativas. Pior: agora quando eu estava a fazer uma coleção, já não tinha a garota de Ipanema na mente, mas sim a italiana. "Foi o Simão quem percebeu primeiro os danos desta internacionalização." Havia toda esta competição entre nós, mas apenas desejávamos o bem um do outro. Um dia o Simão viu um italiano dar um conselho e depois disse-lhe: "Queres saber? Também és um parvo e deixas-te enganar na exportação. Estás a ser usado pelos gringos! Tens que mandá-los para o inferno! Eles estão a destruir a tua coleção, está tudo kitsch e não sabem nada sobre moda praia. Os brasileiros é que percebem de biquínis! Acorda!' Isto fez-me pensar. O Simão tinha um bom argumento, sabia que a única forma de me fazer acordar era a chamar-me de paneleiro, e assim o fez. Foi um movimento de mestre. Mais uma vez, ele estava certo. Depois disto, percebi que o Brasil era, e sempre será, o melhor mercado do mundo para se vender biquínis. Desde aquele dia em diante, quando um gringo me dizia: 'Eu não quero assim, quero de uma forma diferente', eu respondia 'então ok, muito obrigado, pode ir-se embora'."

Regresso às origens

David decidiu reestabelecer a filosofia da Blue Man: “Comecei a entrar mais na venda a retalho, abri uma loja no Rio e em São Paulo e ataquei o mercado de Belo Horizonte com toda a minha força. Se tens sucesso ali, tens sucesso no resto do Brasil. A partir daí, fiz coleções bem brasileiras, totalmente concebidas a pensar nas meninas das nossas praias. Fiz padrões inspirados em marajoaras, castanhas de caju, bananas, melancias, abacaxis e a Carmen Miranda. Usei todo este tropicalismo do Brasil. A Blue Man adotou o estilo que tem até hoje: simplesmente brasileiro”.

Ao longo dos anos 90, David redimensionou a empresa e conseguiu gerir a Blue Man intacta e pronta a entrar nos anos 2000. “Fui pequeno de propósito. Hoje tenho doze lojas próprias, seis franquias, quero trabalhar menos. Às vezes, vejo outras marcas que repetem os mesmos erros que eu cometi. Querem ter sucesso lá fora para fortalecer a sua imagem no Brasil. Não há nada de mal em querer aparecer internacionalmente, mas não vejo biquínis dessas pessoas aqui nas nossas praias... Hoje eu sei: o meu biquíni foi feito para ficar na praia e não em revistas de moda estrangeiras!


Evolução do tempo e da marca:

A marca Blue Man tem quase 50 anos. Abaixo mostramos alguns dos factos importantes.

1973 Nos anos 70, David Azulay cria um biquíni de ganga e fio dental, que foi fotografado no corpo bronzeado da musa da praia de Ipanema, a supermodelo Rose di Primo, para a revista Manchete.

1974 Nasceu a marca Blue Man, abriu as suas portas na Rua Santa Clara 33, em Copacabana, com uma equipa de 14 pessoas. As criações começaram a rolar como uma Rolling Stone... O biquíni com a bandeira americana foi uma sensação tão marcante, visual e comercial, que foi fotografado para as capas do North American Weekly Times e da Status Magazine.

1975 A nova marca seduziu rapidamente as mulheres mais bonitas das praias brasileiras, traduzindo o espírito da época em pequenos triângulos estratégicos com aplicações de cetim pop: Wow! Flash Gordon, Get Stoned... Durante a participação na sua primeira feira Moda Rio, foram vendidas 150 mil peças!

1976 Começam as primeiras estampagens. A propaganda do boca a boca traz resultados inesperados, atrai belezas e feras, os primeiros compradores do exterior e o interesse dos fotógrafos e produtores pelo estilo avant-garde bem marcado. O 3º mais vendido da marca é o biquíni de ganga deslavada.

1977 Participação no Salon of Lgedo, Dusseldorf.

1978 Paris Prêt-a-Porter Salon e Milan Fashion Salon.

1979 Ecológico e tropical, o estilo evolui com as cores do Brasil: Amazonas, Leopardo, Floral, Cascatas, Fundo do Mar, Saladas de Frutas, Deserto, Noite e Dia, Caju, Tucano, Periquito, Xingu...

1980 A Blue Man concentra-se no desenvolvimento de um produto que retrata perfeitamente a praia carioca. Introdução à modelagem de exportação. A revista americana Sports Illustrated fotografa várias modelos da Blue Man no Amazonas e na Baía.

1981 As belezas brasileiras Rose di Primo, Monique Evans, Vicky Schneider, Monique Moura, Maria João, são as modelos contratadas para apresentar o que a marca brasileira tem para oferecer.

1982 O artista gráfico Carlos Simas faz um novo logótipo da marca. O Terra Brasilis é criado com os motivos da fauna, da flora e dos índios brasileiros, antecipando a crise ecológica do nosso planeta.

1983 Abrem as primeiras lojas Blue Man.

1984 Sempre na vanguarda, a participação da Blue Man nas feiras nacionais e internacionais é uma história de sucesso sem fim. Na moda carioca, o modelo de aerógrafo Poppy-Tech reflete a constante evolução da marca, combinando a poesia da flor sobreposta ao fundo gráfico e forte. O jogo de degradés suaves (inimitável!), Como no famoso padrão de Zebra, demonstra a capacidade de detalhe da produção semimanual de Blue Man. São exportadas 80 mil peças.

1985 São imprimidos catálogos e pósteres na America. A coleção mostra o tema da fauna e da flora recriado no estilo geométrico de Memphis. Precursor brasileiro nas exportações de moda praia, os biquínis e fatos de banho da Blue Man estão há dez anos nos exigentes mercados da Alemanha, Suécia, Suíça, Itália, França, Espanha, Israel, Portugal, Dinamarca, EUA, mostrando toda a sua originalidade e estilo.

1986 O estilo da Blue Man é o mais inconfundível, os modelos apresentam gráficos vibrantes com técnicas aprimoradas a cada ano, serigrafias com detalhes estratégicos de aerografia.

1987 Perfeito para as meninas com corpos atléticos, amantes dos desportos náuticos, o sunquíni (duas peças) é uma grande novidade que lembra a nostalgia dos anos 50. A Blue Man está sempre à frente nas pesquisas de modelos e novas técnicas, lança calções coloridos, camisetas, leggings, chapéus, sarongues, tendas, com vibrantes tons tropicais. Lançamento da linha Beach Club.

1988 A top model internacional Paulina Porizkova escolhe o modelo Body Board para a capa do seu calendário de 1988. O tema ecológico recria a natureza nos padrões Neo-Capybara, Neo-Anthurium, Neo-Orchid, Neo-Coconut, Neo-Flamingo.

1989 O sutiã com armações invade as praias, lisonjeando a feminilidade retro em fatos de banho e biquínis.

1990 A exportar desde 1978 para os Estados Unidos, a Blue Man é visível nas areias de South Beach em Miami no verão de 1990. Na onda do "recomeço", já que o momento do renascimento foi batizado com a revitalização de toda a costa de South Beach. A Blue Man abre sua primeira loja no exterior. E não demorou muito para chamar a atenção não só dos turistas e cariocas, mas das celebridades que sempre frequentaram o badalado Point. Os estilistas Gianni Versace e Thierry Muggler foram visitantes frequentes da loja e elogiaram a criatividade da Blue Man ao próprio David Azulay, encantados com os padrões coloridos e tropicais. O galã dos anos 90 Mickey Rourke e a cantora Cindy Lauper também se renderam aos encantos da marca brasileira, que ainda chamou a atenção do campeão mundial de boxe Evander Holyfield e do ícone da moda americano Tommy Hilfiger, que foi conferir de perto os autênticos modelos de praia Made in Brazil. Isso trouxe a fusão da moda Brasil-EUA.

1991 O Tropical Made in Brazil para o Mundo. De olho no mundo, mas sem tirar os pés da areia de Ipanema e dos olhos do Arpoador, a Blue Man consolida-se cada vez mais no mercado externo e nacional. A coleção não poderia ser mais tropical e quente, por isso os padrões fazem muito sucesso, com tucanos em degradée, o mapa do Rio de Janeiro enfeitado com pássaros, o Cristo Redentor, os índios da Amazónia. Estes foram alguns dos ícones que ficaram na moda neste verão.

1992 A espiral do universo. A Blue Man prepara um catálogo com ícones bem brasileiros, como bananas, cajus e periquitos.

1993 A Blue Man chega ao Bali e produz um páreo em batique, uma antiga técnica balinesa. Este foi o ano especial do sarongue (em outras palavras, canga ou páreo brasileiro).

1994 O içar da nossa bandeira. Sempre próximo da fonte e com base na riqueza cultural, a Blue Man usa o maior símbolo do patriotismo de qualquer nação, a sua bandeira. A bandeira do Brasil, com as suas cores vibrantes, torna-se padrão e transforma-se num grande sucesso em todas as praias. Mais óbvio - e portanto tão brilhante - é impossível! Apresenta um desfile no Copacabana Palace, com a modelo Carla Barros que veste um biquíni de ganga com a parte de cima da bandeira brasileira, fazendo com que o look pop brasileiro ficasse famoso e desejado em todo o mundo.

1995 A Blue Man abriu uma fresta da sua coleção num desfile na Praia de Ipanema e participou na primeira Semana do Estilo Carioca, apresentando no Guanabara Palace a sua linha de jaquetas de couro em homenagem às equipas de futebol Bond Girls, sexy e ousada, inspirada no James Bond.

1996 Deu-se a renovação das sungas...A Blue Man, sempre atenta ao que acontece nas areias, percebeu que havia um grande espaço no que diz respeito à moda praia masculina, que nunca mudou durante décadas. A marca entrou tendo como inspiração o surfista, o lutador de jiu-jitsu, o mauricinho e todos os homens que se começavam a sentir mais vaidosos na praia. A partir daí foi sempre a rolar... A sunga para homem foi inventada a partir dos calções de MMA do amigo de David Azulay, que era lutador. David adaptou os calções para a praia e desde então a sunga masculina como a conhecemos hoje é um grande sucesso! Homenagem a Carmen Miranda com padrão.

1997 Da areia da praia para a passarela. O verão de 1997 é a estreia da Blue Man nas passarelas do Morumbi Fashion, produzida por Paulo Borges, e a marca faz um desfile que é o mais aplaudido, o mais animado, o mais brasileiro e o mais carioca desfile da moda em São Paulo. O desfile abriu com música do Skank, seguida de Fernanda Abreu, com o hit Rio 40graus, e The Doors. Foi fácil entender por que a Venice Beach, Califórnia, influenciou o nosso verão. Mas não pára por aqui...O estilo dos jovens ingleses e o autêntico streetwear londrino também influenciaram esta coleção, que pode ser definida como uma mistura de tempos, estilos e tribos. Estava Paulo Zulu na passarela da sunga, além de padrões com a bandeira brasileira. A coleção é democrática, intemporal e remete a todas as décadas: aos anos 50, com as suas camisas havaianas e fatos de banho retro dos anos 60, com o tecido helanca, e anos 70, com os biquínis de crochet, padrões de camuflado e o clássico biquíni de ganga, a marca registada da Blue Man. Quem não se renderá aos padrões de Pucci na versão em tecido turco e aos motivos taitianos? E no final maravilhoso, não podia ser mais carioca, o samba da União da Ilha: "Será que eu serei o dono dessa festa?" 

1998 A coleção de joias com um toque de polémica. A coleção do verão de 1998 é luxuosa e um pouco mais pequena. Os biquínis são mais pequenos e cheios de enfeites. Laterais com missangas, pingentes e pedras douradas, palhastodos estes detalhes dão um toque especial às peças que são joias para serem usadas em plena luz do dia. Os padrões variam de tatuagens tribais estrategicamente colocadas em biquínis a desenhos da literatura nordestina. E uma bandeira com 27 diamantes a representar todos os estados brasileiros num biquíni. A moda e a polémica andam sempre de mãos dadas, levantam bandeiras, quebram tabus, provocam discussões, com a Blue Man não poderia ser diferente. Aproveitando o sucesso do sungão e olhando para a religiosidade do povo brasileiro, David Azulay lançou uma peça, que pode ser no mínimo descrita como ousada: um sungão com o padrão de Jesus Cristo. Segundo o ditado "Falem bem, falem mal, mas falem de mim", o modelo ganhou repercussão, crítica e elogios absurdos, mas, mais uma vez, reforçou a posição da marca pioneira Blue Man em tudo o que faz.

1999 A Blue Man faz um catálogo estilizado por Flavia Pommianosky e Davi Ramos, fotografado por Gui Paganini e sob a direção de arte de Ton Lo Bianco com as supermodelos Daniela Raizel, Karen Vareski e Alexandre Marques.

2000 A Blue Man apresenta a sua coleção no desfile do Barra Shopping, com padrões inspirados em motivos indígenas e no surf.

2001 Uma verdadeira declaração de amor ao Brasil e ao Rio. A Blue Man abre o desfile com dois varredores de rua que descobrem a reprodução da legítima calçada de Copacabana em pleno prédio da Bienal durante o São Paulo Fashion Week. Entre os sucessos, o padrão Canoa Quebrada, inspirada numa das praias mais faladas do Ceará, com as suas coloridas paisagens de areia. A coleção também brincou com volumes, usando folhos, crochet e aplicações de flores. A top model Caroline Ribeiro abriu e encerrou o desfile com um biquíni com a bandeira brasileira cravejada de cristais Swarovski. Para encerrar o desfile, os varreadores reaparecem e com samba nos pés cobrem a passarela com um cartaz com os dizeres: "O Rio de Janeiro continua lindo". Para a campanha de verão 2001, a Blue Man contratou Daniel Klajmic para fotografar Daniela Lopes com o biquíni Canoa Quebrada na Praia do Pepê.

2002 O Malandro Consciente. Numa homenagem aos heróis do mar, David Azulay trouxe 28 salva-vidas diretamente das praias do Rio de Janeiro para a passarela do São Paulo Fashion Week. Na onda de “Preservar é salvar vidas e reciclar é amar o próximo”, a Blue Man faz uma coleção com ênfase na personalização e reciclagem. A camiseta "Bom Brill 1001 Utilidades" abre o desfile. Embalagens dos mais diversos produtos recolhidos no lixo e prensados em meticulosos trabalhos de colagem do artista plástico Marcos Cardoso dividiram o espaço na passarela com camisas, fatos de banho e calções. Entre os sucessos, o lançamento da moda praia batique da Blue Man e o padrão assinado pelo desenhador Ique, que criou um desenho animado para retratar o universo da praia e todas as suas tribos. Até o próprio Azulay, ao lado da modelo Ana Claudia Michels, apareceu naquele momento. A longa-metragem “As Cariocas”, do saudoso jornalista Fernando Barros, com cenas antigas da cidade, serviu de cenário para o espetáculo. Divertido e cheio de bossa, o desenho animado de Ique retratava o autêntico estilo de vida carioca e torna-se campanha do verão de 2002.

2003 30 anos de praia... O desfile de estreia nas passarelas do Fashion Rio comemorou os 30 anos de moda da Blue Man com a reedição dos seus clássicos. Com top models como Ana Hickman, Raica e Letícia Birkheuer, sucessos como o biquíni de ganga de 1972 e o padrão Amazon aparecem redesenhados. As peças em crochet, o inesquecível padrão Chiqueria e o batique aparecem mais modernos e contemporâneos do que nunca. Os biquínis com panos de cozinha aparecem e tornam-se clássicos de imediato. No final do desfile, a musa Monique Evans e o furacão Daniella Cicarelli aparecem na passarela, a acompanhar David Azulay e a simbolizar o passado e o presente da trajetória de sucesso da Blue Man, em comemoração dos seus 30 anos na praia. A campanha do verão de 2003 teve um clima caloroso, com Anderson Dornelles e a top model Michele Alves fotografados por Gui Paganini.

2004 A celebração da diversidade da praia. A coleção de verão de 2004 foi lançada num histórico desfile assinado pela cenógrafa Bia Lessa. Uma verdadeira performance teatral. Uma viagem de ritmos, cores, emoções e lugares... Um passeio por todas as tribos - da elite da Gávea aos casais apaixonados, os funkeiros, a tribo do maracatu, os rastafáris que fumam ao som do reggae. O desfile começa de forma luxuosa... As atrizes aparecem com belos vestidos de noite de papel rasgado para deleite do público. Beth Goffman e Vanessa Lóes fazem uma ótima atuação e já mostram as primeiras peças da coleção. Seguidamente, vem uma sucessão de desfile de tribos pela praia democrática da Blue Man. Casais apaixonados ao som do reggae, a banda de maracatu formada por adolescentes e ao padrão dos vulcões do Havai, flores jamaicanas e crochet seguindo as cores do arco-íris. A obra de Jorge Fonseca torna-se poesia na praia. O artista que faz fronteira com as suas pinturas emprestou as suas belas criações para a coleção de 2004 da Blue Man. Prepare-se para ir à praia com meninas de biquíni com frases como "Eu faço qualquer coisa para chamar a sua atenção", "Foi Deus quem te fez" e "Estou rodeada de amor por todos os lados". No meio de tudo isto, uma pausa para o ritmo do funk made in Rio: "É SOM DE PRETO, DE FAVELADO, E QUANDO TOCA NINGUÉM FICA PARADO". Tudo isto numa passarela de brilho dourado. A atriz Maria Flor foi a estrela da campanha da marca assinada por Ernesto Baldan, com fotografias em Arraial do Cabo/RJ.

2005 Duas mulheres brasileiras. A Blue Man coloca o "feito à mão no Brasil" nas passarelas, as artistas visuais Tarsila do Amaral e Beatriz Milhazes, e o graffiti do Rio de Janeiro. A coleção do Verão de 2005 é um ode à alegria e ao calor do nosso país. O desfile é super colorido e alegre, com uma música que traz o som dos batuques do samba e do swing do hip hop. Ao olhar para os ecrãs "Morro de Favela", "Carnaval em Madureira" e "A Feira", a marca inspira-se na sensualidade das linhas ondulantes que emergem das paisagens nativas. Entre os sucessos da coleção, os padrões Trópicos e Tarsila, que refletem o olhar e a paixão destas duas grandes apaixonadas pelo Brasil. Percorrendo as ruas do Rio e observando os muros da cidade e com ouvidos atentos à sua sonoridade malandra, os jovens do hip hop e do grafitti também desfilam com padrõess, entre eles o Luau, que pinta arte de rua sobre os corpos bronzeados. A campanha Verão 2005 usa imagens do desfile com a influência gráfica de ícones do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar e as flores do Jardim Botânico, assinadas pelos estilistas de Motim.

2006 O Tropical Vectorizado. O verão de 2006 é marcado pela exaltação das flores amazónicas pintadas pela botânica inglesa Margareth Mee. O padrão floral inspirado no seu trabalho, muito delicado, é um dos destaques da coleção. O crochet com lurex às riscas também merece destaque tal como as peças com padrões com os cocktails e abacaxis, em modelos que jogam com o orgânico e o gráfico. As gravuras contêm cenas cariocas. Da areia, a Blue Man olha para o mar e encanta-se com o look havaiano clássico - pura memória de um sonho de férias perfeitas. A coleção também une as texturas Piquet cor de areia com fio de lycra trabalhado em crochet. A mascote de ganga reaparece, agora bem lavada e com padrões. No final do desfile, Hamilton Vaz Pereira traz à passarela a segunda geração do lendário grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trambone para um espetáculo que simboliza o futuro. O fotógrafo de moda Gui Paganini assina fotografias com as supermodelos Eliza Joënck e David Chaloup para o verão de 2006, numa campanha que aposta no movimento e na explosão de cores.

2007 Lapa. Em 2007, a Blue Man preparou um desfile memorável nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Em parceria com Bia Lessa, a marca coloca no palco 700 extras pretos que servem de moldura para a coleção de padrões de Pau Brasil. Antigos postais do Rio de Janeiro em versões de aquarela conferem poesia e memória às peças. O amarelo dos riachos do Amazonas ao amanhecer e o lilás do oeste mostram uma paleta de cores nos tons das paisagens brasileiras. A cabaça de tacacá e a renda branca entram em cena para celebrar em grande estilo a homenagem da Blue Man a todos os brasileiros, filhos de Pau Brasil e herdeiros do samba. A Lapa, reduto da boémia e pulmão do samba carioca, é retratada na passarela com a gravura do Rei do Samba, de Jota Carlos, enquanto as notas musicais, pandeiros e viola tornam-se acessórios divertidos. A campanha da coleção Pau Brasil mereceu um local muito especial: a Floresta da Tijuca com o fotógrafo Murilo Meirelles fotografando os modelos Evandro Soldati e Fabiana Semprebom. O look book da coleção do auge do verão foi fotografado por Daniel Klajimic, com o casal de top models Alex Schuts e Fabiane Nunes na praia de Grumari.

Ao longo dos anos, ocorreram coleções e desfiles inusitados, sempre marcados pela exuberância, a diversidade e o olá cultural e inspirador do Rio, além de campanhas ousadas e irreverentes, realizadas pelos melhores fotógrafos internacionais. Em 2009, David faleceu. As nuvens apareceram e nos mostraram que a chuva só faz mal para quem não gosta. Sharon Azulay, filha única de David, e Michel Tauil, genro de David, assumiram a gestão da empresa, conduzindo de forma irreverente, descontraída e divertida tudo o que a Blueman representa.

Fonte: blueman.com.br site oficial da Blue Man, escrito por DAVID AZULAY

No jogo de futebol do Brasil contra os Camarões em 23 de junho de 2014, o jogador brasileiro Neymar Jr. apresentou uma sunga da Blueman duas vezes durante o jogo. As fotografias fizeram sucesso no Facebook, Twitter e Instagram nas páginas da marca.

Em Setembro de 2020 foi criado o site internacional da marca Blueman  - e aqui estamos nós!